Grandes
autoras têm pouco reconhecimento dentro de um mercado elitista
Quantos livros você leu
nos últimos 6 meses? Se você leu, quantos eram de escritores ou escritoras
negros e negras do nosso país? Se a resposta for “nenhum” nós temos um
problema.
Segundo a pesquisa
Retratos da Literatura no Brasil, publicada em 2016, 44% da população
brasileira ainda não tem hábito de leitura e 30% jamais sequer comprou um
livro. Entre os escritores preferidos do brasileiro, a pesquisa ressalta nomes
como os de Maurício de Souza, Augusto Cury, Cecília Meireles, John Green, Paulo
Coelho, Monteiro Lobato, entre vários outros com a mesma característica,
brancos e em sua maioria, elitizados.
A priori, podemos pensar
que talvez não exista literatura ou personalidades afro ativas no nosso país, mas
o que de fato não existe, é mercado. A poetisa Elizandra Souza, autora do livro
“Águas da Cabaça” enfatizou as dificuldades enfrentadas pelas escritoras negras
no Brasil: “Ser escritora negra é ser invisível, ser esquecida e não
reconhecida pelo valor literário. Hoje é possível fazer literatura negra e
feminina, mas enfrentando os obstáculos do machismo, do racismo, do sexismo e a
questão econômica”.
De
Carolina Maria de Jesus à Conceição Evaristo
Considerada a percussora
da literatura negra feminina no Brasil, Carolina Maria de Jesus escreveu “O
quarto de despejo: Diário de uma favelada” em 1960. O best seller atingiu 60
mil exemplares vendidos, foi traduzido para mais de 13 idiomas e ainda assim,
pouco se ouve falar da autora mineira.
Conceição Evaristo, é
escritora negra de projeção internacional. Mestre em Literatura Brasileira pela
Pontifícia Universidade Católica do RJ e doutora em Literatura Comparada na
Universidade Federal Fluminense, a também autora mineira publicou seu primeiro
poema em 1990 e desde então, publicou além de uma coletânea de poemas, dois
romances. Entretanto, é muito provável que você nunca tenha ouvido falar o seu
nome.
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