20.5.17

Um convite a língua portuguesa

Alunos da UNIFESP realizam aulas gratuitas de língua e cultura brasileira à refugiados na região


Foto: Kenia Santos
De acordo com o Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), existem 8.950 refugiados no Brasil, a maior concentração deles está em São Paulo. Além das dificuldades com documentação, moradia e trabalho, o idioma é o maior obstáculo enfrentado por quem tem que viver fora do seu país de origem.

Pensando nisso, um grupo de alunos de Letras da Universidade Federal de São Paulo idealizou o projeto MemoRef – Memorial Digital do Refugiado, que tem como intuito geral a inclusão do refugiado à sociedade através de ações socioculturais que o beneficiem de alguma maneira.
Marina Renoldes, Ingrid Albuquerque e Beatriz Rocha, criaram o projeto em 2015 e atualmente, 15 voluntárias se dividem entre professoras e monitoras, tendo atendido até aqui diversos alunos sírios, africanos, camaroneses, entre outras nacionalidades.

Uma das monitoras, Caroline Seemann, comentou sobre a importância do aprendizado da língua portuguesa para os refugiados: “Sabemos que o idioma é a primeira barreira que eles enfrentam ao chegar aqui. Sem isso não há como se comunicar, ir ao mercado ou correr atrás da sua documentação, por exemplo”.

O MemoRef se divide hoje em três eixos: a realização de aulas gratuitas de língua e cultura brasileira, a promoção de oficinas multiculturais e a produção e organização de depoimentos para difusão de cultura e memória, através da disponibilização digital. Além disso, o projeto criou e lançou um material de língua e cultura brasileira específico para o grupo acolhido, o livro “Recomeçar: língua e cultura brasileira para refugiados”. Dentro dele há uma abordagem de temas cotidianos para que os alunos consigam realizar atividades básicas dentro de sua nova realidade.

Com apoio da direção acadêmica e o aporte da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (PROEC), mensalmente o grupo de alunos tem a possibilidade de passear por pontos turísticos de São Paulo, podendo estender assim, todo o aprendizado absorvido em sala de aula, com o acompanhamento de professores e monitores.

Levando em conta em toda comunidade refugiada vivendo no nosso país, o projeto atinge ainda um pequeno número, entretanto, essa ação com certeza faz diferença não só na vida de quem a recebe, mas também, de quem a pratica, como ressalta Caroline: “Sinto que tenho feito alguma diferença na sociedade. É indizível a emoção ao observar a evolução dos alunos e a troca de culturas, eu ensino e aprendo muito em cada aula”.

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