1.6.17

PRA VOCÊ, ONDE É O LUGAR DO NEGRO?

A falta de reconhecimento do negro no meio acadêmico ainda é um dilema no país

Foto: Kenia Santos
É do conhecimento de todo e qualquer brasileiro que os negros são maioria da nossa população, afinal de contas, por mais que tentem diminuir nosso passado e cultura, a cor das pessoas continuará visível. Pensando nisso, reflita sobre o número de professores ou autores negros que influenciaram ou influenciam diretamente a sua formação acadêmica, do ensino médio ao superior. Dificilmente esse número será grande.

Há necessidade do reconhecimento institucional de escritores negros. Nosso cenário acadêmico e literário é formado por brancos e negros que não são vistos como tal – como Machado de Assis – o que influenciou e permanece influenciando diretamente no “embranquecimento” no Brasil.

Maria Ferreira, fundadora do blog “Impressões de Maria” que hoje trata exatamente da questão racial dentro da literatura brasileira ressalta o quão prejudicial é a falta desse reconhecimento para o jovem: “A minha vida escolar toda, estudei a História do ponto de vista de homens brancos. Isso cria uma certa crise de identidade nos negros, parece que nosso lugar é somente no período da escravidão”.

Dentro de universidades, também somos ensinados da mesma maneira e sabe-se que não é por falta de autores e criadores de conteúdo negros, mas sim por culpa de um sistema que nega essa representatividade.

A professora de Sustentabilidade, Cláudia Santos, ressalta que a falta de referencial a serviu como um estimulo: “Ser a única negra na sala na minha formação, não ter nenhum professor negro, foi um dos fatores que me estimulou a ser professora, para que alunos negros me vissem como representante, referência”.

Sabemos que o estereótipo sobre o negro ainda é muito forte e presente na nossa sociedade. A imagem do trabalho braçal e esforço mais físico do que intelectual permuta em todas as classes sociais, principalmente dentro no nosso país.

Ignorar o papel intelectual do negro é reforçar o papel da educação como mecanismo de hierarquia e segregação social. Numa era onde somos bombardeados de informações e temos inúmeras ferramentas de pesquisas, é preciso se conscientizar de que o negro vai muito além de seu papel histórico como escravo e ele está presente sim, nos campos acadêmicos e literários, e se isso não chega até você, você tem obrigação de ir busca-lo.

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Layout por: Kenia dos Santos.